Meu casamento

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domingo, 30 de setembro de 2012

Manuel de Barros 9ºano A



Neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Pode ser fruto de um comportamento espontâneo, próprio do ser humano e da linguagem, ou artificial, para fins pejorativos ou não. Geralmente, os neologismos são criados a partir de processos que já existem na língua: justaposição, prefixação, aglutinação, verbalização e sufixação. Podemos dizer que neologismo é toda palavra que não existia e passou a existir, independente do tempo de vida e de como surgiu.



OS NEOLOGISMOS NA OBRA POÉTICA DE MANOEL DE BARROS
Waleska Rodrigues de Matos
1
, Marcelo Marinho
2
Departamento de Letras  Universidade Católica Dom Bosco
No processo de criação poética, o poeta Sul-matogrossense Manoel de
Barros serve-se de recursos de verbalização que conduzem inelutavelmente à
renovação da linguagem. Entre as técnicas de criação utilizadas pelo autor,
encontramos a forte recorrência de neologismos, tema central de nosso estudo.
Estas inéditas formas lexicais são criadas a partir de métodos como, por
exemplo, a criação de novos verbos a partir de substantivos ou adjetivos, numa
transposição de classes gramaticais (infinitar, transver, empassarar, lobinhar,
celestar, imensar)  os neologismos de função; o emprego de um determinado
vocábulo em acepções nunca antes registradas  fatura que conduz aos
neologismos de significado (“Nanhá chorava como uma desmanchada”; “pirizeiro
carregado de passarinhos”); ou o recurso à prefixação com valor de negação ou
de retorno a um determinado estado inicial (deslendo, desbrincou, desacontecido,
desplanam, desemendar)  neologismos de forma.
Note-se ainda a criação de advérbios por intermédio da agregação do
sufixo “-mente” (atoamente, putamente), ou a criação de substantivos abstratos a
partir de concretos por processo de sufixação (criançamento, estudamento). Estes
são, em síntese, os resultados deste estudo que tem como suporte metodológico
as críticas propostas por Mary Lou Daniel e Oswaldino Marques em torno dos
processos de renovação lingüística levados a efeito por João Guimarães Rosa.
Conclui-se que, através dos neologismos de Manoel de Barros, é assaz
ocioso perceber, em estado latente, diversos sentidos virtualmente possíveis para
palavras utilizadas em nosso cotidiano. Tal feito pode conduzir o leitor de sua
poesia a uma visão original do universo, algo que somente um improvável regresso cronológico à infância, à fase agramaticalizada da vida, saberia propiciar.


De minha mão - Manoel de Barros

De minha mão dentro do quarto
meu lambarizinho
escapuliu - ele priscava
priscava
até cair naquele
corixo.
E se beijou todo de água!
Eu se chorei...
Vi um rio indo embora de andorinhas...

Retrato quase apagado em que se pode ver perfeitamente nada l - Manoel de Barros

Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
-Imagens são palavras que nos faltaram.
-Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
-Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira. Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo).
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
Outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem com palavras.



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